Minha casa, Minha cara

O concreto apareceu com tudo, assim como as cores, presentes até em pias e torneiras. Mas tem muito mais!

Cristiane Teixeira

Por: Cristiane Teixeira Fotos: Divulgação

 

Impossível visitar a maior feira de acabamentos da América Latina sem desejar reformar a casa de cima a baixo. Ainda bem que na Expo Revestir nada é vendido na hora nem em pequenas quantidades, pois a tentação seria insuportável. Resta caminhar pelos corredores e ir de um estande para o outro movido por aquilo que atrai os olhos.

E o que mais me atraiu eu reúno aqui. Minha seleção, você verá, quase não passa pelas características técnicas dos lançamentos, focando mesmo no visual e em como vestir a casa.

ASPECTO DE CIMENTO QUEIMADO E CONCRETO

Porcelanato Metrópole, da ViaRosa, no tom Beige (e também Cement), com versões para áreas externa e interna.

Entre os revestimentos, essa estética continua tão em alta que até os fabricantes de porcelanato que ainda não haviam se deixado seduzir por ela agora lançam seus modelos. E os que já tinham aderido ampliaram suas coleções. E é claro que a gente já falou sobre essa técnica aqui no blog!

Tem cimento claro, escuro, mais uniforme, bem manchado, em formato quadrado, retangular… A variedade é enorme e o visual, cada vez mais fiel ao do concreto e ao do cimento queimado original, um produto que não é produto, mas, sim, uma técnica artesanal.

Piso laminado no padrão Concreto, da linha Gran Elegance, da Eucaflor/Eucatex.

Até os pisos laminados de madeira e os revestimentos vinílicos, aqueles de colar no chão, somaram aos já tradicionais padrões amadeirados algumas versões que lembram os pisos cimentados ou de concreto.

Revestimento vinílico da linha Ambienta Studio, da Tarkett, nos padrões Beige Lace (estampado) e Steel.

METAIS COLORIDOS E FLEXÍVEIS

Torneira Lorenflex, da Lorenzetti, para cozinha.

Foi decretado o fim da exclusividade dos acabamentos cromado e dourado para torneiras e misturadores. Várias marcas resolveram colorir seu cardápio e oferecer bicas vermelhas, brancas, pretas e azuis. E, graças ao acabamento de silicone, as peças são flexíveis, mudando de formato e girando para dar mais praticidade a quem está na lida da cozinha.

Torneiras de cozinha Dom Color, da Perflex.

PIAS DE BANHEIRO COLORIDAS

Cuba de apoio na cor rosa millenial, da Deca.

Não houve quem não notasse as pias nos tons azul navy, rosa millenial, vanilla e verde kale que a Deca apresentou. Com acabamento matte e em modelos de apoio e de sobrepor, com ou sem grelha para sabonetes, a coleção arrasou, trazendo um tom saudosista e, ao mesmo tempo, elegante. Para acompanhar as peças, misturadores foscos de estilo retrô.

REVESTIMENTOS 3D

Revestimento cerâmico Giotto, de 26 x 26 cm, da Nina Martinelli.

Já não se trata mais de dar a impressão de volume: o volume, de fato, existe nos novos revestimentos cimentícios e cerâmicos. As placas se valem de baixo e alto-relevo para produzir sombras e texturas variadas nas paredes de todos os ambientes da casa. O resultado são superfícies decoradas sem que haja uma estampa.

As três peças à base de cimento arquitetônico do revestimento Shapes, da Palazzo, são combinadas ao gosto do freguês. E podem ser pintadas.

Gostou dessa inspiração? Então comece botando a mão na massa com esse DIY de um quadro 3D com fósforos!

CORES EM TUDO

Rodapés de poliestireno reciclado da linha Colors, da Santa Luzia, com tonalidades profundas e elegantes referenciadas nos estudos de cor de Le Corbusier.

Já mencionei os metais e as cubas coloridas, mas a verdade é que o arco-íris parece estar inspirando os designers ao criar todo tipo de produto. Até os rodapés e guarnições de portas entraram na onda!

Da Coleção Viva!, da Duratex, painéis em azul profundo, rosa glamour e verde real.

Mesmo os painéis de MDF, em geral discretos em seus acabamentos, se vestiram de modo mais chamativo para ir à passarela. Veja bem: as cores sobressaem, mas nem por isso são berrantes. Ao contrário, são matizes mais fechados, que minimizam o risco de se enjoar deles.

O que se viu, ainda, foi uma evolução do MDF tradicional: chapas pigmentadas em toda a sua espessura e não apenas na camada superficial. Essa característica, para começo de conversa, dispensa as fitas de borda, aquelas usadas no contorno de gavetas e portas de um armário, por exemplo.

A novidade permite, igualmente, que os designers ousem mais, projetando móveis com superfícies tridimensionais livres de emendas: a chapa pode ser esculpida, à mão ou em maquinário, para ganhar os contornos desejados pelo autor.  

MDF Innovus Coloured, da Arauco: as chapas em diferentes espessuras, pigmentadas de modo homogêneo, podem se transformar em móveis cheios de relevos.

COBOGÓS

É um mais lindo que o outro! Por isso eu os reservei para o final deste post, para fechar esse “passeio” pela Expo Revestir 2018 despertando o desejo alheio. Desde que voltaram à cena arquitetônica brasileira, há cerca de uma década, os cobogós já se reinventaram algumas vezes – e eles também já foram assunto aqui no Minha Casa, Minha Cara! Clique aqui pra ver o que falamos! 

Repare como a paginação da parede se torna totalmente imprevisível com os cobogós Rizoma, da Manufatti.

Nem mesmo as versões feitas de cerâmica esmaltada – a mais tradicional das matérias-primas nesse caso – deixam de oferecer novas possibilidades. Um exemplo é a linha Rizoma, desenvolvida pelo arquiteto Guto Requena para a Manufatti. São apenas dois modelos, em seis tonalidades entre branco e verde, porém as combinações que eles possibilitam, juntos ou não, são incontáveis. Basta mexer na posição das peças para o desenho do painel mudar!

O cobogó Quadri, da Palazzo, aposta em um recorte retangular e em linhas em perspectiva.

Entre os modelos produzidos em concreto e cimento arquitetônico, aquele bem branquinho, o que chama muito a atenção é a espessura mais fina de algumas peças – e os desenhos, claro. Seja qual for o material, além da irresistível função estética dos cobogós, todos compartilham uma mesma missão: dividir ambientes mantendo a luminosidade e a circulação de ar. Naturalmente, quanto mais vazados forem, maiores as trocas de luz e ventilação entre um espaço e outro.

Cobogós Brise, nas versões Clair (mais aberto) e Sombre (mais fechado), criados pela designer Rosa Pinc para a Nina Martinelli.

Já que o assunto é cobogó, não posso deixar de mencionar o criativo estande da Manufatti na Expo Revestir 2018. O projeto, assinado pela designer da marca, Silvana Minello, se valeu de alguns modelos de elementos vazados para compor bancadas, bancos, paredes, teto e até uma luminária gigante. O custo de colocar a ideia em prática deve ter sido alto, mas o resultado… amei!

No estande da Manufatti, teto forrado com cobogó esmaltado Vertz e luminária montada com o Tasmania Line, de cerâmica natural.

Termino com a pergunta: como você gostaria de usar cobogós?

Até o próximo post!

Ficou alguma dúvida? Deixe aqui nos comentários, que nós te ajudamos 🙂