A feira que aconteceu em Milão mostrou que o LED veio para ficar e para tornar a iluminação mais criativa
Por: Cristiane Teixeira Fotos: Reprodução
Que tal um grande arco para iluminar a sala? Ou, então, esferas espelhadas que se prendem e se soltam de uma trama de cabos por efeito magnético? Ou um tubo flexível que se curva ao gosto do freguês? Todas as opções são válidas, como se viu na última Euroluce. A feira bienal de iluminação integrou o recente Salão do Móvel de Milão e foi visitada por profissionais brasileiros.
De peças de vidro soprado a modelos de alumínio, as mais de 400 marcas presentes mostraram designs variados. Luminárias inspiradas nas formas orgânicas de árvores, flores, corais e águas-vivas foram muitas. “Gostei demais dos pendentes que caem de forma desconexa, sem ordem definida”, conta a designer de interiores Daiane Antinolfi.
Mas também se destacaram os exemplares de formato geométrico, cada vez mais fininhos. A maioria das marcas jogou as fichas na iluminação decorativa, apostando em modelos esculturais. Por outro lado, não se abriu mão da iluminação arquitetônica, mais focada na qualidade da luz no espaço.
Abaixo a rigidez, viva a flexibilidade
Entre tantas marcas e produtos, sobressaíram os sistemas maleáveis de iluminação. Ou seja, luminárias que permitem diferentes configurações, luz direta e indireta, aplicação no teto e na parede, por exemplo. “Uma forte tendência são as luminárias flexíveis com elementos componíveis”, explica Maria Pinotti, da megastore brasileira Yamamura. “O cliente pode montá-las como desejar. E elas se adaptam a diferentes ambientes.”
Um exemplo é a La Linea, um tubo de silicone de 5 m de extensão. Dobrável em qualquer posição, a luminária atraiu o olhar da designer de interiores Marília Brunetti de Campos Veiga. E a peça ainda resiste à chuva, por isso é opção para clarear até o jardim. O modelo foi desenhado pelo escritório de arquitetura BIG e lançado pela Artemide.
“Os sistemas flexíveis refletem as mudanças no modo de morar, já que cada vez mais os ambientes são integrados e multifuncionais”, analisa Maria Pinotti, da Yamamura. Produtos desse tipo já são encontrados no Brasil, inclusive nas lojas da rede, segundo a especialista.
Maleabilidade é o que também oferecem várias das linhas apresentadas pela marca espanhola Vibia. A coleção, na opinião da arquiteta Carina Korman, do escritório paulistano Korman Arquitetos, teve grande destaque na feira. “Havia peças feitas de cordão de persiana, de modo que não aparece a fiação. Elas são flexíveis e podem ser colocadas de diversas maneiras”, diz.
Carina aponta uma razão bastante prática para a adoção dos sistemas maleáveis nas casas e apartamentos brasileiros. “Quando não há forro de gesso, de um único ponto na laje é possível puxar vários outros e obter uma iluminação diferente.”
Entre as formas de iluminar que se adaptam às necessidades do usuário estão também os perfis e trilhos. “Eu vi trilhos curvos que abrem diversas possibilidades”, comenta Marília Brunetti.
Por trás de tudo, muita tecnologia
O que faz do LED uma opção tão atraente não é só o baixíssimo consumo de energia elétrica. Para os designers de luminárias, isso importa, assim como importa poder criar luminárias com o chamado LED integrado. E do que isso se trata, afinal?
Para funcionar, qualquer lâmpada LED ou luminária LED precisa de um driver. O driver nada mais é que um dispositivo eletrônico que converte a corrente elétrica da rede para um padrão adequado ao LED. O LED integrado é, portanto, um LED que já vem com o driver.
“A solução de LED integrado marcou forte presença na Euroluce 2019”, afirma Maria Pinotti, da Yamamura. “O destaque ficou por conta das inovações tecnológicas que, através de sistemas inteligentes, sensores e conectividade sem fio, permitem regular o acionamento, a intensidade e a temperatura de cor da luz por meio de um simples toque na superfície da peça”, continua.
Segundo a especialista, as luminárias com LED integrado estão sendo desenvolvidas para ser compatíveis com sistemas de automação. “Sistemas que podem ser facilmente controlados por plataformas digitais”, explica, lembrando que “a vida cotidiana inteligente tem cada vez mais aderência pelos brasileiros”.
Em consonância com o que foi apresentado na Euroluce, a partir de maio a Yamamura passa a comercializar a tecnologia Light Sense, da Brilia. Trata-se de um sistema de controle de iluminação doméstica baseado na tecnologia IoT – Internet das Coisas. “O sistema é composto por módulos conectados à internet e controlados por dispositivos móveis, comandos de voz e dimmer inteligent touch”, explica Maria Pinotti. “Isso permite personalizar a iluminação de diferentes ambientes de onde quer que se esteja.”