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Na primeira vez que a Unesco oferece o prêmio de Capital Mundial da Arquitetura, quem sai vitoriosa é a cidade do Rio

Cristiane Teixeira

Por: Cristiane Teixeira

Em 2020, o Rio de Janeiro ostentará oficialmente o título de Capital Mundial da Arquitetura. Ou seja, além de ser reconhecida por suas belezas naturais, a cidade também tem o seu patrimônio arquitetônico enaltecido. Com essa distinção – anunciada em 18 de janeiro –, vem ainda o apelo para repensar o seu futuro.

Como é a primeira vez que a Unesco e a União Internacional de Arquitetos (UIA) concedem essa honraria, podemos começar a comemorá-la já em 2019. Afinal, em 2021, a nossa Cidade Maravilhosa terá de passar a faixa à sua sucessora.

Você deve estar se fazendo algumas perguntas… Talvez a primeira delas seja: por que escolher uma Capital Mundial da Arquitetura? A resposta vem do subdiretor-geral para a Cultura da Unesco, Ernesto Ottone: “A ambição desta iniciativa é favorecer novas sinergias entre cultura e arquitetura para que [essas capitais]se convertam em um polo de ideias sobre cultura, ciência, meio ambiente e desenvolvimento”.

Se a segunda pergunta for Mas por que o Rio?, o presidente da UIA, Thomas Vonier, responde com outra interrogação: “Que melhor cidade do que o Rio para destacar os desafios que enfrentamos em nossa sociedade e em nossas cidades com uma população crescente, jovem, que tem muitas necessidades, e com muita gente vivendo em condições difíceis?”. E o arquiteto continua: “A arquitetura e o design urbano podem atender a esses desafios ao mesmo tempo em que protegem o maravilhoso legado e o meio ambiente?”.

Já como Capital Mundial da Arquitetura, o Rio hospedará em 2020 o Congresso Mundial de Arquitetos. Será a 27ª edição desde 1948. O tema? “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”. Arquitetos e planejadores de políticas urbanas terão a chance de trocar ideias com artistas e escritores. E também de repensar “os desafios globais da perspectiva da cultura, do patrimônio cultural, do planejamento urbano e da arquitetura”, como disse Vonier, da UIA.

Arquitetura tipicamente carioca

Para Ottone, da Unesco, “o Rio é uma fusão admirável entre natureza e cultura. Sua arquitetura antiga e moderna é o resultado de uma criação inovadora desde meados do século XIX. Isso a torna um lugar de beleza excepcional que conquistou a admiração de muitos autores, intelectuais e viajantes de todo o mundo”.

Aqueduto da Lapa. Foto: Reprodução

Dos prédios mais antigos, destacam-se o Mosteiro de São Bento, de 1565, e o Paço Imperial, de 1713. Entre eles, no início dos anos 1600, foi inaugurado o Aqueduto Carioca, hoje conhecido como Arcos da Lapa. Mais para frente veio a Biblioteca Nacional, de estilo eclético, datada de 1910.

Biblioteca Nacional. Foto: Reprodução Blog da Biblioteca

Quando se fala da arquitetura moderna, aí surgem as famosas obras de Oscar Niemeyer, como o então Ministério da Educação e Saúde. Ele foi feito em parceria com Lucio Costa, Jorge Moreira, Carlos Leão e Ernani Vasconcelos, sob o traço original do franco-suíço Le Corbusier. O prédio, chamado Edifício Gustavo Capanema, conta com oito painéis de azulejo de Cândido Portinari.

Edifício Gustavo Capanema, antigo Ministério da Educação e Saúde.
Foto: Lucas Jordano de Melo Barbosa/Flickr

Sobressaem também dois conjuntos residenciais importantes, o Parque Guinle, de Lucio Costa, de 1948, e o Pedregulho, de Afonso Reidy, de 1950.

Conjunto Pedregulho. Foto: Nabil Bonduki/Archdaily

E quem não conhece o estádio de Maracanã, de Pedro Paulo Bastos, de 1948, e o Parque do Flamengo (também chamado de Aterro do Flamengo), obra de Roberto Burle Marx e Afonso Reidy, de 1960?

Parque do Flamengo. Foto: Reprodução WikiRio

Já na fase contemporânea, ressaltam-se o programa de urbanização de favelas, o Favela-Bairro, iniciado em 1993, e a revitalização do centro histórico. O Rio, segundo Ottone, da Unesco, “é um exemplo bem-sucedido de revitalização do centro histórico urbano, de um espaço público aberto a todos”.

Da arquitetura para a decoração

A Cidade Maravilhosa já inspirou a música, o cinema, a fotografia e tantas outras artes. Inspira ainda a arquitetura, ou o Rio não teria sido eleito Capital Mundial da Arquitetura.

Pois a cidade também inspira o mobiliário e um jeito de arrumar a casa que é bem carioca. Eu, como paulistana apaixonada pelo Rio, me arrisco, aqui, a fazer uma seleção com esse mote.

Mesa lateral Lapa, da Oppa. Sim, o desenho dos Arcos da Lapa serviu de referência para a criação desta charmosa peça.

Cadeira Veraneio, da Oppa. Rio sempre rimou com verão, logo…

Aparador Gávea, da MMM. O móvel, batizado com o nome de um dos bairros mais tradicionais do Rio, leva duas gavetas.

Avental Beira Mar, da Oppa. Este vai colorir o seu dia a dia!

Conjunto Dobrável Farol, da MMM. Para tomar uma caipirinha na varanda, no fim do dia…

E com o espírito reavivado pelas belezas do Rio eu encerro este post!

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