Minha casa, Minha cara

Cinza e preto despontam como as cores preferidas de meninas e meninos hoje na faixa dos 13 aos 18 anos. Então, aqui vão duas belas sugestões:

Cristiane Teixeira

Por: Cristiane Teixeira Fotos: Caio Ferrari e Eduardo Pozella/Karina Korn Arquitetura

Quem disse que adolescentes não sabem o que querem? Sabem tanto que eles mesmos vão às compras para escolher cada componente de seu quarto ou orientam os profissionais encarregados da tarefa.

Paredes enchem-se de miudezas

Preto e madeira. Assim Maria Billio definiu a base da nova decoração de seu quarto, presente que a estudante escolheu para marcar seus 15 anos. Sem a preocupação de comprar tudo novo, o que Maria desejava mesmo é que o ambiente fosse aconchegante e, ao mesmo tempo, despojado, sem formalismos.

Para começar, ela não queria mais saber da velha cama de estilo marquesa – aliás, não queria mais saber de cama nenhuma. E por que deveria ter um guarda-roupa convencional? No lugar desses dois móveis, preferiu um colchão alto disposto sobre dois pares de paletes empilhados e um armário aberto, com duas gavetas e espaço para sapatos.

A estante, onde mantém parte de seus livros (o restante fica na casa do pai), e a poltroninha andavam meio sem uso na casa – reaproveitados, formaram o cantinho onde a garota passa horas lendo sob a luz do abajur de chão, repaginado com uma nova cúpula. Já a cortina teve a barra erguida para não esconder a parede preta do tipo lousa que Maria e a mãe pintaram.

Base resolvida? Que venham os acessórios, quase todos escolhidos em home centers: luminária pendente, miniterrários de vidro, vasinhos com suculentas e cactos, adesivos e prateleiras de formatos variados, que se somaram a fotos e lembranças emolduradas. E, como em todos os quartos anteriores de Maria, coube à avó materna bordar as capas das almofadas, estrelas da nova cama.

Street art em casa

Saco de pancada, skate, uma pintura que lembra um grafite… Alguns dos principais gostos do jovem dono deste quarto estão representados neste projeto, tanto que foi ele mesmo quem pautou a arquiteta Karina Korn. “Este ambiente surgiu 100% da cabeça do garoto, na época com 15 anos. Ele fez um desenho e mostrou ao artista Leandro Spett, que soube traduzir ideia na parede”, diz Karina. “A arte foi criada e o jovem foi aprovando cada etapa, desde o desenho até o posicionamento e as cores.” Já que a base seria cinza, branco e madeira, qualquer outro tom se encaixaria facilmente.

O mobiliário tem desenho minucioso a fim de fazer render a área de 10 m². Daí a cama cuja base é integralmente aproveitada, metade por uma gaveta, metade por um nicho para um futon. “Esse futon tem dupla utilidade: serve como colchão quando há algum amigo para dormir e, dobrado, funciona bem como um assento no chão”, explica a arquiteta. O trecho abaixo da TV ainda oferece um baú, pensado para guardar travesseiros e itens de cama quando não estão em uso.

A escrivaninha também tem seus truques, pois soma um aparador com gavetas fixo na parede e uma mesa com rodinhas, que se movimenta pelo quarto e vai até a cama, se o garoto quiser desenhar sentado nela. Como o guarda-roupa não é muito grande, até o vão sob o aparador ganhou uso, ocupado por um armário – pouco profundo, ele deixa algum espaço para as pernas quando o garoto resolve trabalhar ali. Mas reparou que não existe uma cadeira? Ficou combinado com a família que, quando ela fosse necessária, viria emprestada da sala de TV. Afinal, para que ocupar espaço com o que não é essencial?

Gostou das ideias? Então continue acompanhando a série Decoração sob Medida!

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