Minha casa, Minha cara

As caixas de concreto de cima a baixo lembram uma cascata. Uma cascata que oferece mais de 40 espécies cultivadas pelos moradores

Cristiane Teixeira

Por: Cristiane Teixeira Fotos: Ameen Deen

Ao se aposentar, muitos pensam em mudar-se para uma cidade pequena ou, quem sabe, comprar uma casinha na roça. Com os donos desta casa não foi muito diferente, exceto pela localização. Eles levaram o ideal de cultivar os próprios alimentos para uma metrópole, mais precisamente para Kuala Lumpur, a capital da Malásia.

E não para um terreno grandão, na periferia da cidade. Mas, ao contrário, para um lote urbano de mais ou menos 7 m de frente e 22 m de comprimento. Isso mesmo: cerca de 150 m². Convicto de que desejava uma casa o mais autossuficiente possível e uma vida sustentável, o casal de aposentados encomendou o projeto arquitetônico ao escritório local Formzero.

Assim nasceu a Planter Box House, “uma redefinição da casa tropical contemporânea”, como afirmam seus autores. É uma morada que possui sala, cozinha, banheiros, quartos e home office como outra qualquer.

Diferentemente das demais, porém, nas extremidades de seus três andares empilham-se grandes caixas de concreto que funcionam como canteiros.

Nelas o casal planta e colhe mais de 40 espécies comestíveis, a base de sua alimentação. Cada caixa retém a chuva que cai, o que faz delas pequenos reservatórios de irrigação. Um sistema conecta todos os canteiros, permitindo controlar o volume de água em cada um. Ventilação e iluminação naturais também não faltam às plantas.

Poucas divisórias, muita integração

Este projeto serve como uma valiosa oportunidade e experiência – não apenas para o cliente aprender sobre agricultura em um ambiente tropical, mas também para a comunidade do entorno”, dizem os profissionais do Formzero.

Para alcançar seu “roçado urbano”, os moradores só precisam cruzar as portas envidraçadas entre os ambientes internos e os terraços. Eles estão presentes em todos os andares, na frente e nos fundos da construção.

O telhado, além de local de plantio, é fonte de luz e ar para o interior. Isso porque inclui uma claraboia sobre o vão da escadaria metálica que comunica os diferentes pavimentos. Neles, os ambientes se mantêm fluidos e integrados.

Externamente, a casa se vale do próprio material que lhe dá forma, o concreto, como acabamento. Algo muito comum na arquitetura contemporânea do Brasil, por exemplo. O que não vemos por aqui, entretanto, é a superfície áspera e estriada da Planter Box House. Sabe como tal visual foi obtido? Com o uso de formas de bambu, matéria-prima natural e sustentável que começamos a descobrir muito recentemente.  

Aliás, este projeto mostra que ainda temos um bocado a descobrir quando o assunto é ter uma vida mais sustentável, não?

Da arquitetura para a decoração

As escolhas de hoje são por produtos que, de diferentes maneiras, nos colocam em contato com a natureza e nos ajudam a cuidar dela.

Suporte Aro, para duas bicicletas, da MMM: andar menos de carro e pedalar mais faz bem para a saúde humana e do planeta.

Floreira Lisianto, auto-irrigável, da Oppa: você abastece a água e a planta puxa a quantidade de que necessita.

Estante Holi, da MMM: para montar um pequeno canteiro verde.

Poltrona Bertini, da Oppa: feita de eucalipto reflorestado e certificado pelo Ibama.

Jardim Vertical Garden, da MMM: um toque lúdico para o seu quintal.

1 comentário

  1. Adorei! Busco algo com esse conceito. Mas, encontro dificuldades na elaboração e execução do projeto.

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