Conheça o apartamento que é a combinação do industrial com o moderno na medida!
Por: Cristiane Teixeira
Você diria que está vendo um apartamento construído nos anos 1970? Hoje mal dá para acreditar nisso. Mas, quando o jovem casal de São Paulo comprou o imóvel diretamente de sua primeira moradora, difícil era imaginar que ele poderia se tornar tão atual.
A planta picotada em vários cômodos, comum naquela época, não atendia ao estilo de vida dos novos proprietários. Nem fazia bom uso da luz natural. “Como havia muitas paredes e os revestimentos eram escuros, a claridade não se propagava.” É o que conta Kiko Castello Branco, do SOEK Arquitetura, que assina o projeto com o VOA Arquitetura.
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Para grandes efeitos, intervenções pontuais
Planejando juntos, os arquitetos dos dois escritórios decidiram abrir o terceiro quarto. Dessa forma, o home office virou parte da área social.
Queriam fazer o mesmo com a cozinha, porém havia um banheiro no meio do caminho. Solução: demoliram as instalações e destinaram a função de lavabo ao antigo banheirinho de serviço.
Com essas poucas alterações, o apartamento já começava a se aproximar do ideal dos moradores. “Só de abrir as paredes, já deu a sensação de que o espaço era muito maior”, diz Kiko.
O arquiteto lembra que surgiu então a ideia de expor a estrutura do imóvel. “Foi uma bela surpresa descascar a parede da sala e descobrir os tijolinhos assentados na diagonal bem ali no alto. A gente fica imaginando o trabalho que foi para deixar tudo tão certinho.”
Desnudando outras superfícies, os profissionais encontraram ainda largos pilares de concreto. Esses também foram mantidos aparentes, tanto na sala quanto no quarto do casal. A diferença é que, no dormitório, receberam uma leve demão de tinta para harmonizar com os tijolos, que foram pintados de branco. Nesse sentido, já esclarecendo: é pura coincidência o trecho de tijolos ter praticamente a mesma largura da cama. Outra surpresa feliz!
Em busca do equilíbrio no visual (das paredes) do lar doce lar
Se por um lado a parede de tijolos no tom natural é um elemento mais rústico e escuro, por outro a serralheria delicada adiciona leveza à sala. “As peças são feitas de uma chapa metálica muito fina. Então, mesmo o rack da TV, que é preto, não pesa no visual”, diz Kiko. “Se fossem de madeira escura, aí haveria um desequilíbrio”, ensina.
Mais discreta ainda é a estante branca, feita do mesmo material. Instalada na sala de jantar, ela quase desaparece em meio aos livros do casal. O pendente sobre a mesa repete a lógica: harmonizar com o restante em vez de destacar-se. E também o sofá e o tapete neutros, além das cadeiras com estrutura delgada, equilibram o conjunto. Sem esquecer o assoalho clarinho, de carvalho europeu.
Na varanda, aos tijolos e concreto aparentes, juntou-se o piso de mosaico português branco. “Típico das calçadas da cidade, esse revestimento está aqui para caracterizar a sensação de espaço externo”, explica o arquiteto.
O terraço ainda ganhou sofá, mesinha, banquetas e uma bancada com chapa e pia. Tornou-se, assim, o principal ambiente de estar do apartamento. Não era para menos, já que oferecia a melhor das condições: a vizinhança da copa das árvores.
Ladrilhos hidráulicos revestem e decoram as paredes
Para reforçar a integração de ambientes, o piso de madeira prolonga-se da sala para a cozinha. Mas não chega até a área da pia, onde ficaria vulnerável à ação da água. Nesse trecho, os arquitetos preferiram instalar ladrilhos hidráulicos. “Escolhemos essa linha com cores meio queimadas, mais manchadas”, conta Kiko.
A vantagem do modelo, ele explica, é que a superfície revestida não fica chapada. “Eles dão uma boa profundidade, mesmo no branco.” No piso e na parede da bancada da cozinha, as peças claras somaram-se às azuis em uma paginação alegre. O lavabo vizinho copia o dueto. Por isso, não é preciso nada além da marcenaria para completar os ambientes.
Em conclusão, um projeto lindo que deixou a gente babando por aqui. Por fim, o que você achou? Deixe um comentário.