Minha casa, Minha cara

Construída em Israel, esta morada foi batizada pelos arquitetos que a projetaram. O apelido reflete a decisão de não se revestirem as paredes

Cristiane Teixeira

Por: Cristiane Teixeira Fotos: Amit Geron

Se você não estudou arquitetura, é provável que desconheça a expressão “a verdade dos materiais”. Mas ela habita o discurso dos seguidores de Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, mestres modernistas brasileiros. E talvez, também, a fala de quem nasceu e vive longe, como o casal Tamar Jacobs e Oshri Yaniv, de Israel. Ao menos a prática dos fundadores do escritório Jacobs Yaniv Architects aponta para essa dedução, com obras que deixam aparentes os materiais que as constituem. Daí o nome Casa Nua, que Tamar e Oshri deram a esta residência, a segunda de uma série.

A escolha dos materiais foi feita com o objetivo de trabalhá-los em seu estado básico e simples, celebrando a forma e a estrutura em sua condição mais sincera”, dizem os arquitetos. “Os mesmos materiais são transportados para dentro da casa, confundindo os limites entre o interior e o exterior.

Os autores do projeto se referem tanto às paredes de concreto aparente como às vigas de aço que cruzam o teto, suportando o telhado. Estas vigas se prolongam até o jardim e, acrescidas de uma malha de aço, formam uma pérgola. Pérgola que cria belo jogo de sombra e luz ao filtrar os raios solares que chegam ao deck.

Mas há, igualmente, os grandes painéis de vidro marcando a fronteira entre dentro e fora. Ou melhor, entre a sala multiuso e o campo extenso que se oferece ao olhar. Quando o casal com dois filhos quer privacidade ou mais sombra, persianas internas são acionadas. Ainda resta, porém, uma faixa de vidro mais alta, responsável por emoldurar as variações de cor do céu.

Planta simples prioriza a luz natural e a vista

Com um único pavimento, “a casa não domina os moradores e a escala da rua”, afirmam os arquitetos. Quem vê a fachada discreta, com três recortes envidraçados, não imagina o espaço que ela esconde. Nem suspeita que os ambientes sejam tão claros e naturalmente arejados. Ou que se abram todos para a paisagem.

Os três quartos da família voltam-se para a frente. Enquanto isso, o lado oposto é ocupado por um salão, onde fica a entrada principal. No salão tudo se integra como em uma imensa varanda: cozinha com balcão, sala de jantar e estar.

Existe, ainda, uma área que os arquitetos conceberam como um canto reservado para conversas entre amigos. Um canto que, na verdade, é uma extensão do salão. O que o diferencia são o extenso banco de concreto e a salamandra preta, usada nos dias mais frios.  

Se de um lado estão os quartos e, do outro, a ala social, consequentemente sobra a faixa do centro. Ali concentram-se os banheiros, closets, área de serviço e dormitório de hóspedes. Todos igualmente claros, como se nota nas fotos.

Da arquitetura para a decoração

As peças abaixo – selecionadas nos sites da Meu Móvel de Madeira e da Oppa – me remetem à Casa Nua de Israel. Enquanto a estante, as prateleiras e a mesa lateral equilibram harmoniosamente madeira e metal, o sofá se vale da resistência dos pés metálicos e a luminária não tenta esconder nada: nem o fio, nem a lâmpada. A beleza não escapa a detalhes assim.

1. Estante Legno Completa, da MMM
2. Sofá Oásis de três lugares, da MMM
3. Kit com duas Prateleiras Sabor Caseiro Grande, da MMM
4. Mesa lateral Fractal, da Oppa
5. Luminária com presilha Funchal, da Oppa

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