Por: Cristiane Teixeira Fotos Iwan Baan
Durante o verão do hemisfério norte, o projeto erguido nos Jardins de Kensington, em Londres, recebe visitantes. É o Serpentine Pavilion 2017
Se você está entre os que amam viajar e tem a sorte de ir à capital inglesa até 8 de outubro, aproveite para visitar o Kensington Gardens num belo dia de céu azul e sol brilhando – sim, esses dias existem no verão londrino. E são incríveis!
Entre os milhares de habitantes e turistas que passeiam pelo parque, muitos dão uma paradinha no Serpentine Pavilion, uma obra temporária que a cada ano as Serpentine Galleries encomendam a um arquiteto do mundo que ainda não tenha um projeto permanente erguido no país.
Em 2017, a iniciativa chega à sua 17ª edição e, como talvez você já tenha lido por aí, a criação coube a Diébédo Francis Kéré, um arquiteto africano que atua em Berlim, na Alemanha, e em Gando, sua cidade natal em Burkina Faso. “Esse pavilhão foi concebido como um microcosmo, fundindo referências culturais do meu país com técnicas de construção experimental”, declara Kéré na defesa de seu projeto.
Em Burkina Faso, na África Ocidental, as pessoas realizam suas atividades cotidianas a salvo do sol sob os ramos das árvores, como explica Kéré. Pois foi daí que ele tirou a inspiração para fazer seu pavilhão temporário, em que uma grande cobertura se ergue solta até 4,70 m de altura acima de paredes circulares compostas de blocos pré-fabricados de madeira, reunidos na forma de triângulos.
Placas transparentes de policarbonato e lâminas de madeira cobrem a armação metálica da marquise. Assim a luz parcialmente dosada chega ao espaço interno delimitado pelas paredes azul-índigo, enquanto a chuva não tem permissão para entrar.
Em dias chuvosos, a cobertura funciona como um funil que capta toda a água e a conduz ao solo, irrigando o jardim. Essa característica reflete a preocupação do autor com a sustentabilidade, algo que o acompanha desde a infância vivida no deserto.
“Minha experiência de crescer em uma aldeia remota do deserto imprimiu em mim uma forte consciência das implicações sociais, sustentáveis e culturais do projeto”, afirma Kéré. “Acredito que a arquitetura tem o poder de surpreender, unir e inspirar ao mesmo tempo em que permeia aspectos importantes, como a comunidade, a ecologia e a economia.”
Quem deixar para conhecer o pavilhão do Kensington Gardens à noite terá outro tipo de experiência, já que a cobertura transforma-se em “um farol de luz, um símbolo de narrativas e união” – é o ambiente urbano europeu espelhando uma situação comum a Burkina Faso, como explica o arquiteto. “Em Gando, é sempre fácil localizar uma festa à noite subindo a um terreno mais alto e procurando a fonte de luz na escuridão circundante. Essa pequena luz torna-se maior à medida que mais e mais pessoas chegam para participar do evento.”
Da arquitetura para a decoração
Assim como as árvores de Burkina Faso foram a referência de Diébédo Kéré ao desenhar o pavilhão da Serpentine, eu encontrei nas formas triangulares desse projeto a inspiração para as minhas escolhas da semana.
Começo pelo Espelho com Cabideiro Trígono, uma peça charmosa e útil para pendurar na entrada de casa, por exemplo.
A união de alguns triângulos forma o Aparador Dueto. Móvel para TV? Bar? Apoio para a mesa de jantar? Que uso você gostaria de dar a ele?
A Almofada Zurique está disponível em duas combinações de cores – mas esta lembra muito o projeto de Kensington Gardens.
Um V invertido ou um triângulo cuja base é o piso? O apoio em três pontos caracteriza todo cavalete, a exemplo do Clip 60.
Para fechar a seleção, um item de colorido bem alegre, a Prateleira de Parede Vai e Vem.
Gostou? E a que te remete o projeto de Diébédo Kéré?
Até o próximo post!