Hoje eu apresento quatro paletas de tons que devem bombar em 2018 e indico com quais madeiras elas harmonizam
Por: Cristiane Teixeira Fotos: reprodução
Todo ano é a mesma coisa: instituições dedicadas ao estudo das cores e fabricantes de tintas divulgam a chamada “cor do ano” (e cada um tem a sua!) e, com base nela, sugerem algumas combinações de tons que atendem a diferentes perfis de gosto e comportamento. Falando em cor, espia esse post que a Carol Tusi escreveu sobre a escala monocrática e aprenda a definir as cores certas pro seu ambiente!
No início de outubro foi a vez de uma das marcas nacionais, a Tintas Eucatex, fazer o seu anúncio. Um tom de verde acinzentado chamado Eucalipto (no catálogo do fabricante) deve ser referência para a decoração e a moda em solo brasileiro em 2018.
O matiz – que sugere vínculo e reflexão em relação ao meio ambiente, segundo a empresa – foi escolhido após um estudo desenvolvido pela consultoria Tendere. “Nossa pesquisa é focada no hemisfério sul. Pensando na antropologia, na estética, na história da arte e em outros ramos do conhecimento, nós consideramos fortemente as características da cultura brasileira e o cenário político e econômico locais para então indicar uma cor”, explica Patrícia Sant’Anna, diretora criativa da consultoria. “Não se trata de adivinhação.”
Quatro tendências
Para Patrícia, o gosto dos brasileiros pode ser dividido em quatro grandes grupos: casual, pop tropical, latino urbano e sofisticado. E para cada um deles a Eucatex propõe um leque de cinco tonalidades, todas em harmonia com o Eucalipto.
Etnia Retrô
Patrícia relaciona esta paleta com a tendência casual, juntando a atmosfera glamorosa e despretensiosa do Rio de Janeiro com a estética indígena. Daí os tons terrosos e empoeirados, que têm tudo a ver com estampas geométricas.
Conversei também com a designer e arquiteta Andrea Bandoni, coordenadora da Graduação em Design de Produto do Instituto Europeu de Design (IED). Veja como ela avalia a paleta: “São tons fechados, que podem gerar elegância numa composição. Eu destaco o Tijolo Queimado, que pode trazer muita personalidade e o ar étnico como tonalidade de base. Tons amarelados e areia também comporiam bem”.
Madeiras que combinam: as claras e com muitos nós, como o pínus, segundo Patrícia. No catálogo da MMM, procure pelos móveis com acabamento natural, cru fosco e stain.
Andrea dá outras sugestões: espécies avermelhadas (como o jatobá) quando as nuances amareladas predominarem no ambiente; madeiras mais rústicas e escuras, como o ipê e a canela-preta, se a cor principal for o tijolo.
Parque dos Sonhos
Esta vertente tem tudo a ver com nossa cultura popular, com a decoração das fazendas coloniais do interior de Pernambuco e de São Paulo, segundo Patrícia. É o tal do pop tropical, que mistura opulência e sensualidade.
Para Andrea, a paleta “remete às cores de barquinhos de passeio e de brinquedos populares que vemos em várias localidades brasileiras”. A designer aposta em dois jeitos de usar que levarão a uma ambientação bem alegre: “Ou uma composição ultracolorida, exagerada na dose certa, ou o uso de uma das cores como predominante e as demais em detalhes”.
Madeiras que combinam: pensando nas antigas fazendas, Patrícia considera que esta paleta harmoniza com madeiras escuras que, no catálogo da MMM, corresponderiam ao castanho, ao garapa bianco e ao nogueira. “O resultado é uma decoração contemporânea com um pé no passado.”
Já Andrea indica a teca e “qualquer espécie com desenho (o pinus, por exemplo) pintada de modo bem rústico, deixando perceber os veios da madeira”. A tinta pode ser colorida ou branca. “É bem bonito, pois mostra um tipo de sofisticação do rústico.”
Desconstrução
Refere-se ao cotidiano urbano, a São Paulo, ao concreto e ao grafite, a uma certa dose de rebeldia. É o que Patrícia chama de latino urbano.
Andrea avalia: “Esta paleta ainda contém o rosa e o azul claros que são hits de 2017. Para a paleta ficar bem presente, sugiro escolher dois tons como base, deixando a cor mais escura para detalhes”.
Madeiras que combinam: “As que tenham cara de velhas, que sejam meio esbranquiçadas e lembrem um chão de fábrica de tábuas manchadas; a madeira de demolição”, diz Patrícia. No site da MMM, ela indica os padrões cera natural, chocolate, cru, demolição (branco, bicolor e tricolor).
Andrea, por sua vez, propõe a cerejeira (cerezo, no catálogo da MMM) e o pinus natural. “Mas essa paleta vai muito bem com tons metálicos também.”
Design Futurista
Sofisticada, essa tendência soma referências artísticas, arquitetônicas e de design. Identifica-se com um público que questiona o futuro e aposta em novos materiais.
Andrea entende que tons leves e pesados se misturam na paleta, sugerindo um equilíbrio. “As tonalidades mais claras seriam uma boa base para os móveis, enquanto as peças menores ficariam nos demais tons, resultando em uma composição gráfica e inusitada.”
Madeiras que combinam: as bem claras, como o pinus sem nós aparentes, e as de tom caramelo. No menu da MMM, são os acabamentos natural, cerezo, fubá envelhecido e jatobá, de acordo com Patrícia.
Andrea concorda: “A paleta combina com tons mais claros, como o marfim, que trazem leveza”. Mas acrescenta outra sugestão: “Seria uma ousadia interessante misturar esse visual com uma madeira bem diferente, como o nosso roxinho”.
Que tal? Gostou das ideias para deixar sua casa na moda? Comece já a pensar no que vai fazer e inicie o ano com um novo visual.
Beijão!