Minha casa, Minha cara

Este é mais um post da nossa nova seção “Pergunte aos Universitários“, onde alunos da Univille e da Sociesc dos cursos de Arquitetura e Design de Interiores, respondem dúvidas de leitores e clientes sobre decoração. Quer participar com suas dúvidas? Então envie um e-mail para [email protected] com sua pergunta! Estes alunos ficarão supercontentes em te ajudar!

A pergunta de hoje foi:

“Preciso de ajuda para escolher um piso para a minha casa”

Na construção ou reforma de sua casa ou apartamento, o revestimento do piso está em um dos itens mais importantes na lista de acabamentos, pois, além de atender às necessidades básicas de revestir, o piso deve ter beleza, praticidade e durabilidade, evitando assim a escolha inadequada de um revestimento sem se preocupar com as especificações do espaço, o que pode gerar problemas a curto e médio prazos.

(Top de Arquitetura e Decoração)

Algumas considerações são importantes de observar na hora da escolha, como qual ambiente será aplicado o revestimento. Podemos dividir a residência em três grandes conjuntos de ambientes: a área íntima (composta de quartos, escritório e sala íntima), a área social (composta de salas de estar e jantar) e a área molhada (composta de banheiros, cozinha e área de serviço). Cada grupo possui suas particularidades, pois sofrem diferentes tipos de agressões, sendo assim, em cada um deles, haverá uma linha de piso mais apropriada.

Para encontrar um material adequado para cada setor, podemos dividir os revestimentos em dois grandes grupos: os pisos quentes e os pisos frios.

Os pisos quentes são assim considerados por serem maus condutores de temperatura, não absorvendo a temperatura do corpo, mantendo ela na superfície. Nesse grupo, entram os pisos de madeira natural, os laminados com 4 camadas, o bambu, o laminado melamínico, a resina, o vinílico e os carpetes.

(Casa e JardimMundo das Tribos)

Os pisos frios também são maus condutores de temperatura, mas absorvem a temperatura do corpo, mantendo na superfície a temperatura do ambiente. Nesse grupo, entram os pisos cerâmicos; os porcelanatos; as pedras como granito, mármore, ardósia, entre outras; pastilhas vitrificadas; pisos cimentados. É interessante observar nesse grupo que há duas linhas de pisos: os pisos que necessitam de rejunte e os que não necessitam.

O rejunte é o material aplicado nas frestas ou juntas de dilatação necessárias para cada tipo de piso e serve para impermeabilizá-las. Existem dois tipos de rejuntes: o rejunte convencional, que é composto de um material granular mais grosso, sendo mais poroso e permitindo uma maior aderência de sujeira, manchando mais facilmente; e o rejunte epóxi, que é composto de material granular mais fino, dando maior resistência e menor porosidade, tendo uma durabilidade maior com relação a manchas, mas este deve ser aplicado com mão de obra especializada.

(Fortaleza)

(Maxima Interiores)

É importante observar também a coloração e o acabamento do piso. Em ambientes com menor presença de luz, é adequado a utilização de tons mais claros, pois refletem mais a luz, aumentando a luminosidade do ambiente. Em ambientes mais claros ou com a presença maior do sol no piso, é adequado o uso de pisos com tom mais escuro, pois evitam o ofuscamento. O acabamento do piso também é muito importante, podendo ser brilhante, semibrilho ou acetinado. O acabamento brilhante tem uma maior refletância da luz, dando a aparência de espelho, sendo aconselhado para ambientes com iluminação indireta para evitar o excesso de luz. O acabamento semibrilho reflete a luz de forma mais uniforme, não dando a aparência de espelho, sendo aconselhado para ambientes com iluminação artificial direta ou natural indireta. O acabamento acetinado absorve a luz, dando a sensação de o piso ser mais escuro e frio, sendo aconselhado para ambientes muito iluminados ou com incidência direta da luz do sol no piso.

Acabamento Brilhante, Semibrilho e Acetinado:

(Eliane e Portobello)

O mercado oferece inúmeros tipos de pisos e, além das características técnicas e seus distintos usos, há uma vasta possibilidade de materiais para combinar com todos os gostos e realidades.

Algumas dicas para escolher o melhor piso para sua casa:

CERÂMICA: é o piso mais comum e utilizado, em função da variedade, praticidade e custo. Pode ser usado em todos os ambientes, sempre obedecendo à escala de resistência à abrasão (PEI), que define a resistência ao desgaste provocado pelo tráfego de pessoas. O PEI varia de 0 a 5. Em banheiros e áreas molhadas, o ideal é usar os pisos antiderrapantes.

(Eliane)

PORCELANATO: é impermeável e possui alta resistência quando comparado às pedras naturais e outros tipos de cerâmica. Por sua grande durabilidade, é especialmente indicado para todos os espaços da residência. É encontrado nas versões polida, esmaltada e natural. Na hora da compra, observe se está levando a argamassa para assentamento indicada para porcelanato.

(Portobello)

MÁRMORE OU GRANITO: a escolha depende não só do seu gosto pessoal, mas especialmente da utilização e do tipo de ambiente no qual será empregado. Embora muita gente não saiba, a começar pelo aspecto e composição diferenciada, deve-se levar em consideração muitas outras características na hora da compra.

Os mármores, por exemplo, têm veios mais evidentes e menos brilho que os granitos. Mais moles e menos resistentes, são suscetíveis a manchas e desgaste. Justamente por isso, não são indicados para pisos e bancadas de cozinhas, mas são bastante adequados para pisos internos de salas, halls, quartos, banheiros e demais ambientes sociais, devido, especialmente, à beleza dos seus veios. Já os granitos são mais duros e resistentes a ataques químicos, absorção de água e desgaste abrasivo.

Com exceção dos tons cinzas e amarelos, em geral todos são apropriados para áreas externas ou internas, até mesmo cozinhas – principalmente os marrons e vermelhos, considerados os granitos mais resistentes. Como é possível perceber, a escolha entre granito e mármore depende basicamente do uso e da aplicação que serão dados às pedras. Por isso, para fazer a escolha certa é preciso estar atento às necessidades de cada ambiente.

(Granos.com.br)

ARDÓSIA: é utilizada desde a antiguidade pelas suas características únicas de impermeabilidade, beleza e resistência aos agentes atmosféricos. A ardósia é muito usada para escadas, piso de garagens ou bancadas simples. Sua grande vantagem em relação ao granito é o seu custo, que é bem inferior, em compensação devida as suas propriedades físicas, risca com maior facilidade.

(Pavigres)

ACIMENTADO REFRATÁRIO: bonito e econômico, o piso de cimento queimado pode ser usado em salas, varandas, corredores e ambientes externos. Devido a essa versatilidade, ele se tornou uma grande opção para qualquer projeto. Queimar, como se diz no jargão, significa espalhar o cimento em pó sobre a massa ainda úmida, alisando a superfície com desempenadeira. Parece simples. Mas, ao contrário de outros revestimentos que já vêm prontos para aplicar, o cimento queimado requer muitos cuidados na execução. Apesar de não exigir mão de obra especializada, há certos detalhes técnicos que podem evitar trincas, manchas e bolhas. O pó usado para queimar o cimentado deve estar seco e ser bem misturado. Se a mistura não ficar homogênea, corre-se o risco de surgir manchas no cimentado. Durante a execução, caso apareçam bolhas, elas devem ser estouradas e retocadas com a própria desempenadeira de aço. Esse piso é frágil. Deve ser uma das últimas etapas da obra, evitando assim a passagem de carrinhos e equipamentos pesados sobre ele. Para áreas externas, o conselho é não queimar a superfície, mas só desempenar – assim, não fica escorregadia.

(São Gonçalo)

LAMINADO: pode ser de alta pressão ou resistência. A grande vantagem é que pode ser instalado diretamente sobre pisos já existentes, como cerâmica ou taco de madeira. É uma solução prática, econômica e eficiente no caso de reformas, evitando os tradicionais “quebra-quebras” e acúmulos de entulhos. É antialérgico e sua manutenção é muito simples, bastando apenas um pano úmido. Não pode ter contato direto com água. Aconselha-se o uso em salas e quartos.

(Eucafloor.com.br)

MADEIRA: os pisos de madeira são uma ótima opção para ambientes íntimos e sociais, pois são duráveis, resistentes e de fácil manutenção. Os pisos de madeira natural incluem os carpetes de madeira, o substrato de compensado, o revestido com lâmina de madeira natural e também os assoalhos e tacos. São feitos a partir de ripas de madeira natural, tábuas e assoalhos parafusados no contrapiso ou colados com colas, como os tacos.

(Triangulo.com.br)

 

por Maira e Diego
Curso de Arquitetura e Urbanismo 7ª fase – SOCIESC

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7 Comentários

  1. Geraldo da Silveira em

    Direto ao ponto:

    Com a mudança de temperatura, o porcelanato “sua” ou “transpira” que nem um azulejo comum?

  2. Tania, cada material tem suas vantagens e desvantagens. Aconselho a dar uma olhada neste link antes de optar por porcelanato: http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI169860-18066,00-COM+QUE+BANCADA+EU+VOU.html

    Nele você encontra dicas e comparações BEM interessantes sobre os diversos materiais para bancadas de cozinha.

    Beijoca, espero ter ajudado

  3. Olá. Estou terminando minha casa e agora só falta a escolha da bancada da cozinha. Gostaria de colocar porcenalato, mas queria saber se é uma boa pedida, pois tenho duvidas quanto a manchar e riscar facilmente. O que acham?

  4. Jaqueline Soares em

    Olá, boa noite minha sala tem 4m X 6m, a porta de entrada fica na parede de 4m, o piso e o local da porta me incomodam muito, sobretudo o piso que é de ardosia, muito frio, escurece o ambiente. Porém não posso trocá-lo, que opções tenho para a ardosia, sem ter que trocá-las neste momento?

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