Convidamos a nossa feminista de plantão para mostrar para vocês que há muito mais por trás do Dia Internacional da Mulher do que muita gente sabe!
post convidado: Rúbia Raither
A gente não sabe exatamente o que você sabe sobre o Dia Internacional da Mulher, mas imaginamos que você saiba que ele não é sobre flores e a exaltação da beleza da mulher pelo mundo. Hoje, eu quero contar para vocês um pouquinho mais sobre como o dia 8 de março é uma lembrança de todo o caminho que percorremos (e que ainda falta percorrermos) para conseguirmos igualdade. E para contar essa história, eu vou ter que voltar muito antes da data ser reconhecida pela ONU como Dia Internacional da Mulher. Vem comigo?
O movimento de mulheres já acontecia desde o século XX, quando elas reivindicavam por melhores condições de trabalho, jornadas menos abusivas, aumento nos salários, direitos políticos e ao voto. Agora, pensa comigo: se essas questões ainda estão em pauta, em pleno 2017, e são difíceis de serem resolvidas; imagina na época em que “lugar de mulher era em casa cuidando das crianças”?
Pois bem. Acredito que a história mais conhecida sobre o 8 de março seja a da greve das trabalhadoras têxteis de uma fábrica em Nova Iorque. Ela ocorreu logo depois de um incêndio que matou 146 operários – a maioria mulheres costureiras. Apesar da popularidade do fato, não existe um consenso sobre o ano em que isso aconteceu. Algumas versões indicam 1857, enquanto outras datam 1908.
De qualquer forma, 1910 foi um ano que trouxe novos ares para o movimento feminista. A Segunda Conferência Internacional de Mulheres aconteceu e Clara Zetkin, uma professora e jornalista alemã, não só propôs, como conseguiu aprovação para instituir um Dia Internacional da Mulher. Por esse e por diversos outros feitos, Zetkin se tornou uma das principais figuras da luta feminista na história.
Embora Zetkin e seu comitê tenham considerado diversos fatos na hora de escolherem o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher, foi um evento em especial que despertou essa necessidade. Durante o ano de 1917, diversas manifestações foram feitas por mulheres russas que, no dia 8 de março, decidiram promover uma greve de operárias na indústria têxtil contra a fome, o Czar Nicolau II e a participação do país na 1a. Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução Russa e deram ainda mais peso para a decisão que viria anos após as guerras terem terminado.
Em 1960, as reivindicações de movimentos feministas pelo sufrágio reiniciaram, trazendo à tona muito mais do que só as questões políticas injustas enfrentadas por mulheres de todo o mundo. E foi só em 1975 que a ONU veio a reconhecer a data como o Dia Internacional da Mulher.
Em resumo, o que importa é você lembrar que o dia 08 de março foi escolhido para celebrar as conquistas sociais, políticas, econômicas e científicas de mulheres ao longo dos anos e, por isso, é importante que você o veja como muito mais do que flores e bombons. Talvez mais do que isso, é essencial que lutemos, tanto homens quanto mulheres, para que as descobertas feitas e as batalhas lutadas por elas sejam ensinadas, assim como são as dos homens. Só assim teremos um mundo justo e igualitário.
A luta das mulheres continua a cada dia. A cada vez que uma mãe é obrigada a cuidar da casa sem o auxílio do marido, dos filhos e das filhas; a cada vez que uma menina não é reconhecida pela sua inteligência; a cada vez que uma mulher perde uma vaga de trabalho para um homem, pelo simples fato de que ela pode engravidar. A luta continua e tudo que as mulheres querem é poder ser quem elas quiserem, aonde elas quiserem, como e com quem elas quiserem. Fica aqui o nosso muito obrigada a todas as mulheres que não desistiram quando disseram que elas não conseguiriam; que não se abalaram quando falaram que “aquilo é trabalho de homem”; que não se acomodaram quando disseram que “lugar de mulher é em casa”. Obrigada por mostrarem que, juntas, todas nós somos mais fortes.
Conheça a história das mulheres destacadas no nosso post de hoje, no nosso Facebook e no nosso Instagram. E conte nos comentários quem é sua mulher da história preferida. heart
1 comentário
Sensacional! heart