A primeira etapa da promoção do Dia da Saudade chegou ao fim! E estes dias de comentários aqui no blog foram bem especiais, recheados de relatos superfofos e cheios de saudosismo. A gente conseguiu visualizar na nossa frente cada móvel descrito por vocês, graças às descrições extremamente bem-feitas, cheias de detalhes e carinho. Sem falar que ainda pudemos conhecer um pouco mais da história de cada um que lê este blog e isso com certeza não tem preço. smile
Ficamos muito felizes mesmo, muito obrigada pela participação!
É claro que selecionar apenas três histórias em meio a uma riquíssima coleção de participações é um tanto difícil. Mas a nossa Comissão Julgadora se empenhou bastante, lendo uma por uma e tentando chegar nas três que mais emocionaram.
E as histórias escolhidas para passarem para a segunda etapa da promoção foram:
História 1, de Fatima Monaco
É incrível… sentir saudades de um móvel? Nunca pensei nisso… Nunca pensei até hoje quando, me utilizando dos recursos da internet buscava artigos que me ensinava a reciclar móveis antigos, me deparo com o tal concurso da saudade. Engraçado que não sinto a falta do objeto em si (por sorte e valoração que dou a cada peça de família, muitos deles estão comigo hoje), mas sinto A SAUDADE. Neste momento olho para o rádio-vitrola de 1,5 metro que não toca as mesmas músicas, o relógio de parede gigante que não bate as badaladas de hora em hora mais. Olho a máquina de costura Vigorelli da minha vó e não a vejo mais curvada sobre ela. O armário de casal dos meus pais, com puxadores acrílicos que lembro de ter ido ainda muito pequena à loja com a minha mãe comprar… Não, minha casa não é um museu, mas os móveis estão todos aqui: reciclados, repintados, coloridos, encapados com papel adesivo, envernizados, enfim, transformados. TODOS, enquanto objetos, estão AQUI… MAS FALTAM AS PESSOAS, o tempo, o cheiro e o som que cada um deles transmitia: o tocar de uma música, o soar de uma badalada misturada ao latido do velho cachorro, o pisar no acelerador da máquina de costura misturado com o cheiro do molho fervendo na cozinha, o ranger das portas do armário junto com o cheiro dos lençóis fresquinhos, acabados de lavar… Os objetos estão aqui, mas a saudade não traz os sons e os cheiros de volta. Compartilho com vocês, caras leitoras, um trecho muito bom de Gaston Bachelard em A poética do Espaço, que transmite tudo o que estou sentindo agora sobre a saudade daqueles móveis… “Não apenas as nossas lembranças, mas também os nossos esquecimentos estão aí alojados. Nossa alma é uma morada. E quando nos lembramos das”casas”, dos “aposentos”, [dos móveis], aprendemos a “morar” em nós mesmos. Vemos logo que as imagens da casa seguem nos dois sentidos: estão em nós assim como nós estamos nelas”.
História 2, de Luciane
Sinto muitas saudades de um armarinho antigo que tinha na casa da minha avó. Um dia a vi em seu quarto retirando tudo de dentro dele para doá-lo, disse para mim que só estava acumulando coisas velhas que não tinham mais utilidade. “Sem o armário, não haveria mais espaço para acumular coisas inúteis.” Eu notei que ela estava triste, ela gostava muito daquele armário, mas lá dentro só tinha coisas que a entristecia e incomodava. Chamei minhas primas e resolvemos convencê-la a ficar com o armário e guardar nele apenas coisas boas! Mas que coisas boas? Pensamos e resolvemos guardar poemas, frases que gostávamos, mas não em papéis, e sim no próprio armário. Passaram alguns anos, o armário já estava repleto de poemas. Certa manhã minha vó passou mal, o vizinho chamou uma ambulância. A equipe de paramédicos chegou, e antes de saírem de casa, pediu que a levassem até o quarto pois havia esquecido um “remedinho”. Chegando lá, pegou uma caneta vermelha e no centro do armário escreveu:” Queridas netas, acreditem no amor, cultivem o amor e o expressem, seja no momento que for. Ele é o remedinho da alma! Sejam felizes, vovó. Ao chegar na ambulância, a enfermeira perguntou ! Pegou o remedinho? e ela respondeu…” É…um remedinho para a alma!”E aquele foi o último recadinho dela.
Que saudade daquelas expressões de amor… Saudade da vovó, saudade daquele armário!
História 3, de Sonia Alcantara Lordelo Vieira
Uma cama de verdade. Quando tinha 4 anos, com o nascimento da minha irmã, saí do berço e passei a dormir em um colchão aos pés da cama de meus pais. Um dia, sofrendo com o desconforto do frio inverno de SP, pedi uma cama para meus pais que, assim que puderam, me compraram uma cama “de armar”, ou cama de campanha como se chamavam as camas com estruturas de ferro que abriam e fechavam. Quando olhei para aquela armação de ferro, fui logo dizendo: “Não é uma cama de verdade”. Sem espaço e sem condições financeiras, foi com ela mesma que fiquei.
Mais tarde, lá pelos 9 anos, fui “promovida” e passei a dormir no sofá da sala.
Quando estava com 13 anos, meu pai veio morar na Bahia e aqui, com melhores condições, eu e minha irmã pudemos ter um quarto para compartilhar só para nós duas, e o que é melhor, uma cama para cada uma.
Que felicidade! Enfim eu tinha uma cama só para mim! Tudo bem que, analisando hoje, a cama era horrorosa, barata, com um verniz avermelhado terrível, comprada em feira livre, mas era de madeira e então, na minha concepção, era uma CAMA DE VERDADE. Era tudo de bom para mim.
Ao levar minhas amiguinhas para casa, eu sempre abria a porta do quarto e apresentava, toda orgulhosa: “Aquela é a minha cama”. Acho que elas nunca entenderam aquela apresentação tão entusiasmada. Aquela cama de verdade representava o meu espaço, minha privacidade máxima, meu dormir bem (ufa, até que enfim!), meu território e meu sonho realizado.
Aconchego, calor e proteção. Até hoje guardo esse sentimento por móveis de madeira. Móveis de verdade como minha primeira cama.
Parabéns, mulherada! As histórias de vocês nos deixaram bem emocionados! Adoramos conhecer um pouco destes momentos dignos de muita, muita saudade. Nesta segunda etapa, se empenhem bastante convidando maridos, parentes e amigos para votar a favor de vocês!
E você também nos ajudará a escolher quem será a sortuda que vai levar um móvel da Linha Redesign Cimo para casa! Vote bastante na sua preferida e nos ajude a escolher a vencedora.
Você poderá votar à vontade até o dia 12/2, domingo. E fique atenta! No dia 13/2, segunda-feira, revaleremos quem foi a vencedora da promoção do Dia da Saudade.
Vote!
1 comentário
Mesmo que você não ganhe, Luciane, só em ler a sua história minha alma se encheu de luz. Parabéns!