Por: Cristiane Teixeira
Uma das poucas remanescentes dos primórdios da avenida Batel, em Curitiba, esta bela senhora reabriu as portas como loja da Meu Móvel de Madeira
Os primeiros registros encontrados provam que em 1910 este casarão já compunha o cenário do Batel, então um bairro mais novo de Curitiba, ligação com áreas de cultivo de erva-mate e café. E foi graças a essas culturas que a região nasceu próspera e logo foi tomada pelas residências dos homens ricos da época e por negócios como cervejarias, fábricas, usinas e vendinhas. Em mais de um século de vida, a construção localizada no número 1190 da Avenida Batel já funcionou como armazém, comércio de móveis e restaurante. Agora volta a ser loja, mas uma loja que leva o nome Casa MMM, ou seja, Casa Meu Móvel de Madeira.
Nosso objetivo era montar um espaço em que o cliente tivesse vontade de viver. Para isso, tínhamos de inserir em uma construção com mais de 100 anos os ambientes e a rotina de um lar contemporâneo”, afirma o arquiteto Vinicius Menger, do estúdio Tá Resolvido!, responsável pelo projeto. Vinicius e sua sócia, a também arquiteta Claudia Klassen Wiens, desenvolveram o conceito da loja e estiveram à frente da obra que em apenas um mês adaptou o endereço a suas novas funções. O piso, completamente estragado, precisou ser substituído, uma infiltração vinda do telhado foi reparada, a varanda recebeu forro de gesso, as paredes foram pintadas e a elétrica foi atualizada com conduletes aparentes. Detalhe essencial: foi preciso respeitar as exigências dos órgãos de proteção ao patrimônio histórico, já que o imóvel é tombado. “As casas antigas têm uma forma acolhedora de receber quem nelas entra”, diz Claudia.
Após as intervenções, o que se vê de fora é uma fachada simples rente à calçada, característica do início do século 20, assim como as janelas altas e a porta dupla que a recortam. O telhado bastante inclinado acomoda um sótão, enquanto o caimento do terreno em direção aos fundos abriu espaço para um porão amplo. Naquela época, os porões serviam para afastar as construções da umidade do solo, já que não havia laje: sob o assoalho maciço, existia somente uma trama de madeira para sustentá-lo. No número 1190 da avenida Batel, no entanto, esse subsolo é tão alto que oferece 90 m² de área de loja e 45 m² de depósito.
Quando se entra no casarão pela porta principal, impactam a farta luminosidade natural e o pé-direito de 3,80 m. Com 170 m², o térreo reúne sala de estar e TV, sala de jantar com dois ambientes, quartos de casal, de bebê e de criança ou adolescente, além de cozinha, banheiros e varanda. Todos montados com móveis e acessórios de decoração que até então os clientes da Meu Móvel de Madeira só conheciam pelo site da marca, há uma década presente no comércio eletrônico. Para integrar os espaços, os arquitetos escolheram uma tinta cinza: “Esse tom dá uma linguagem contemporânea a uma construção antiga. E, como é fácil de trabalhar, vai facilitar a composição quando houver a troca do mobiliário”, explica Vinicius.
Sim, porque quem visitar a Casa MMM sempre terá coisas novas para ver, tocar e experimentar, quer pelo já planejado rodízio de peças da marca – hoje são cerca de 2 mil e a loja só comporta 400 delas simultaneamente –, quer pelo constante lançamento de produtos.
Da arquitetura para a decoração
Em minha visita à Casa MMM, de imediato reconheci a generosidade típica das construções antigas, me deixando encantar pelos janelões e pela escada de madeira que sobe íngreme até o sótão. Incrível perceber como um invólucro centenário pode abrigar tão bem espaços planejados para um jeito de viver contemporâneo, com móveis e objetos atuais.
E pensei nos meus avós maternos, também nascidos entre aqueles últimos anos do século 19 e os primeiros do 20. Fiquei me lembrando de como era a casa deles, já bem velhinhos, e isso me inspirou a seleção a seguir. É curioso notar como os móveis emblemáticos daquela época continuam presentes em nossas vidas, mas com feições revistas.
O assento cativo do meu avô era uma daquelas velhas cadeiras de balanço que misturam madeira vergada e palhinha. A Cadeira de Balanço Mordomia tem um visual mais moderno, porém o ir e vir lento, que convida ao sono, ah… esse é o mesmo.
Numa época em que escrever cartas fazia parte da rotina, escrivaninhas eram obrigatórias. E tinham gavetinhas, como a Escrivaninha Charme.
E não havia sala de estar sem um relógio de parede, de preferência um do tipo cuco, todo de madeira e bem barulhento! Confesso que prefiro o design e a discrição das versões atuais. Exemplo? Relógio Wood Clock.
Minha avó, como muitas outras, passava as tardes manejando a agulha de crochê. Pena que não fazia peças como este Cesto Organizador.
Outra peça essencial eram as cômodas de quarto, escuras e robustas, muitas vezes cobertas por mármore. Já a Cômoda Murano aposta na leveza.
Ah, gostei dessa visita ao passado! Espero que você também. Até a próxima semana!
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