Apê de 35 m² tem tudo para a vida a sós ou a dois
A receita mistura marcenaria sob medida, eletrodomésticos compactos e móveis curinga comprados prontos
Por: Cristiane Teixeira Fotos: Joana França (Divulgação)

“Antes da primeira reunião, a gente pede aos clientes que façam um plano de necessidades o mais sonhador possível. A partir desse plano, a gente propõe soluções práticas para otimizar o espaço”, diz o arquiteto Victor Milani. Explicar como funciona o Studio VRM, em que Victor é sócio do engenheiro Rafael Motta, é explicar como foi pensado este apartamento de 35 m² em Brasília.

Entre outras coisas, o jovem morador queria uma TV na sala e outra no quarto. Precisava, ainda, de espaço para acomodar seus instrumentos musicais. E de um lugar para a bicicleta, que usa diariamente para ir ao trabalho.
Foi preciso, portanto, dar tratos à imaginação para contemplar todos os desejos sem deixar o apartamento entulhado. “Ter uma boa circulação é uma regra para a gente, pois ela influencia diretamente no bem-estar”, afirma Victor.
Por isso mesmo eles montaram a cozinha contígua ao banheiro – antes ela formava um L na parede da bicicleta. Assim a entrada do apê ficou mais liberada e convidativa, oferecendo uma sapateira e um suporte para a bike.

Os armários e prateleiras da cozinha (encomendados à Caminho Oficina, assim como toda a marcenaria) foram planejados de acordo com os tamanhos específicos de geladeira, máquina lava e seca, forninho elétrico e micro-ondas. O vão para encaixar o depurador acima do cooktop está lá e só aguarda a chegada do equipamento.

Um quarto, vários macetes

Valendo-se do pé-direito de 2,70 m, Victor e Rafael fizeram um tablado no quarto, 60 cm acima do piso. Dessa forma, transformaram em gavetas os três degraus de acesso ao ambiente. E, nas laterais do colchão, criaram seis baús que aproveitam a área sob o tablado. “Ficaram bem grandes, cabe muita coisa ali”, afirma o arquiteto. “Quando os pertences ficam ocultos, o espaço deixa a impressão de não ser tão pequeno.”
Outra solução engenhosa é a esquadria metálica envidraçada que separa o quarto da sala. Ela conta com uma persiana rolô multifuncional. Por um lado, escurece o dormitório quando se quer dormir até mais tarde. Por outro, atua como um telão, em parceria com o projetor no alto da parede oposta. “Fizemos uma prateleira ali que é facilmente alcançada quando o morador fica de pé na cama”, diz Victor.
Os truques não param por aí, já que o armário também esconde segredinhos. Além de funcionar como divisória de ambientes, ele tem acesso pelos dois lados. No quarto, as portas se abrem de modo convencional, para não roubar espaço dos baús. Enquanto isso, na sala elas são de correr e levam espelho, acabamento que dá amplitude visual.
Tudo se encaixa na sala

Custou, mas os profissionais encontraram no comércio um sofá de dois lugares com 1,30 m de largura – era o tamanho máximo permitido pela sala. Preservou-se, assim, o acesso à TV e a tudo o que tem lugar no rack e nas prateleiras altas. Ao mesmo tempo, foi possível alocar uma bancada de trabalho com vista para a paisagem.
Igualmente comprada pronta, uma mesinha redonda ora faz as vezes de mesa de centro, ora de apoio lateral. Já a mesa de jantar nasceu das mãos do pai do rapaz, marceneiro nas horas vagas. Victor conta: “Nós passamos as dimensões e ele fez a peça com umas madeiras da chácara em que o filho cresceu”.
De madeira de demolição, a mesa completou a proposta de decoração industrial com toques rústicos delineada pelo Studio VRM. Nela se incluem os tijolinhos que revestem boa parte das paredes, trazendo aconchego. Como o morador adora ouvir música, os tijolos – maciços e com 10 cm de espessura – atenuam o som que vaza do apartamento. E ainda isolam parcialmente o calor vindo de fora, já que Brasília é quente e o prédio fica em uma esquina ensolarada.
A iluminação do apê, toda aparente, reforça o jeitão industrial. Não foi só por isso, entretanto, que os profissionais escolheram executá-la com trilhos e spots. “Se fizéssemos forro de gesso e vários pontos de luz embutidos, perderíamos 20 cm da altura”, diz Victor. “Aí não teríamos como elevar o quarto e criar os baús.”
Moral da história: Espaços pequenos pedem grandes soluções!
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