Minha casa, Minha cara

Salas pequenas e bem resolvidas!

Sala pequena com mesa dobrável

Em meu último post, eu prometi falar hoje sobre a decoração de salas de até 12m². Acabei estendendo um pouco essa metragem para mostrar plantas variadas e, assim, atender mais gente. Mas você verá que todos os projetos são realmente miúdos e foram elaborados por arquitetas e designers de interiores. Conversando com elas, eu reuni as dicas que apresento aqui. Mas já que vamos falar sobre salas pequenas, que tal dar uma espiada nessa casa que mede 26m²?

Para começar a conversa, é bom esclarecer um ponto: uma sala pode parecer visualmente maior que outra e mesmo assim comportar menos móveis e locais de armazenamento. Aliás, quanto mais coisas você tiver em uma sala pequena, a tendência é que ela dê a impressão de ser menor.

O que faz a área render mais?

Esta mesa é pequena e dobrável. Veja na continuação deste post mais detalhes do projeto de Adriana Fontana – Mágica na quitinete.
O aparador rasinho na parede da TV acomoda equipamentos e a lareira. Veja na continuação deste post mais detalhes do projeto de Patrícia Cillo – Sala e cozinha somam 19,50m².

O que faz um ambiente parecer maior?

Agora vamos detalhar essas características nos projetos selecionados.

Mágica na quitinete

Planejando bem, o casal conseguiu ter quarto, estar, jantar, banheiro, cozinha e área de serviço em 32m². A façanha coube à designer de interiores Adriana Fontana, que reservou um trecho de 1,90×3,70m – bem no meio do apê – para a sala, ou seja, 7m².

O que mais chama a atenção é o canto do jantar. Uma mesa retrátil de 80x80cm que, quando não está em uso, pode ser recolhida, encaixando-se entre as duas portas de uma marcenaria com profundidade de 60cm. Em uma lateral organizam-se impressora e outros materiais de escritório. Na outra, roupas e sapatos. À parte central do móvel cabe reunir louças e copos, parte deles exposta nas prateleiras abertas, parte oculta, atrás das portinhas abaixo do tampo da mesa.

 

 

 

 

 

 

 

 

À direita da sala, fica o quarto, separado por uma estante vazada que dá uma certa privacidade à cama, mas sem barrar a luz que vem da única janela. A TV nesse móvel gira para poder ser vista tanto do quarto quanto da sala. Na foto a seguir, observe o cantinho com a cadeira (à dir.): a estante inclui uma bancadinha para notebook, já que marido e mulher trabalham em casa. Assim, enquanto um puxa uma cadeira para se instalar aqui, o outro trabalha na mesa de jantar.

À esquerda do estar vê-se a parede do banheiro. E foi nela que Adriana encostou uma poltrona bem larga, de 1,50m, de frente para a TV. “Não cabia um sofá”, diz. A parede ao lado do estofado ganhou funcionalidade com a prateleira alta e com o módulo baixo de marcenaria (com 30cm de profundidade) que serve de apoio para quadros e objetos.

Duplicação total

Dar a sensação de que a sala mede bem mais que seus enxutos 12 m² foi o desafio da designer de interiores Adriana Fontana neste apartamento decorado de 54 m². E vamos concordar: ela conseguiu!

“Aqui, uma solução colabora com a outra, mas o truque principal é o espelho enorme que reveste a maior parede do ambiente”, explica. Como vai da entrada do apê até o limite da varanda, o espelho de 6,10m duplica o estar, o jantar, a cozinha integrada (bem na entrada), o corredor para os quartos e até mesmo o segundo dormitório. Já que duas de suas paredes foram substituídas por portas vazadas de correr.

Também a varanda dá a sua contribuição: enchendo de luz natural todo o interior. E, ainda, realçando as muitas superfícies claras: sofá, tapete, marcenaria, paredes e o piso contínuo de porcelanato brilhante. Essas, por sua vez, potencializam o efeito espelhado.

“Se o piso fosse preto, a sala não pareceria tão grande”, ensina a autora do projeto. Assim como o resultado seria muito mais acanhado se o espelho não fosse do chão ao teto – no caso de alguém resolver instalar uma prateleira no alto da parede, por exemplo. Esse é o tipo de situação em que é preciso escolher entre ter a sensação de que o espaço é grande e ter mais espaço de armazenamento.

No canto de jantar, o banco de madeira possibilitou usar uma mesa retangular de tamanho padrão, pois dispensa a área de circulação necessária às cadeiras. Além disso, o interior do móvel pode ser usado como baú – basta que o assento seja removível. E Adriana ainda aproveitou o encosto da peça para compor um armário com nichos voltado para a cozinha.   

Mesa redonda no ambiente quadrado

Na sala de 10,30m² – ou 3,20×3,20m –, o espaço de refeições é mínimo, mas suficiente para o casal com filhas gêmeas. A arquiteta Marcy Ricciardi, autora da decoração do apartamento de 45 m², teve suas razões para recomendar uma mesa redonda à família. “Ela facilita a circulação e sempre dá para encaixar mais um lugar. Além disso, não tem cantos vivos, ponto positivo para quem tem crianças ou idosos em casa”, diz.

Cadeiras magrelas e um banco vazado completam o cantinho montado entre uma parede espelhada e outra revestida de papel de parede imitando tijolinhos caiados. O espelho duplica o principal elemento horizontal do projeto: a estante de ferro preto, com fundo e laterais de madeira e acrílico laranja. E assim aumenta a sensação de profundidade no ambiente.

A TV se destaca sobre um rack que oferece nichos e gavetas, locais de armazenamento muito bem-vindos. À frente desse conjunto, Marcy conseguiu colocar um sofá de três lugares que mede 2,10m. O truque foi descentralizar o estofado, encostando-o na parede colorida. Observe, na planta, que essa decisão deixou desobstruída a passagem para o restante do apê e ainda permitiu acrescentar uma mesinha lateral bem delgada.

Sala e cozinha somam 19,50m²

Importante era ter um ambiente multifuncional neste apartamento que a família usa quando precisa vir a São Paulo, em geral a trabalho. Por isso a arquiteta Patrícia Cillo, do escritório paulistano Figoli-Ravecca, responsável pela reforma, especificou um sofá-cama para o estar, uma mesinha lateral redonda, uma poltrona com pufe para leitura. E, na porção vizinha à mini-cozinha, uma mesa que serve às refeições e também como home office.

A TV fica na parede, liberando o aparador abaixo dela para os equipamentos de áudio e imagem, assim como para uma lareira a gás. A fim de não atrapalhar a circulação quando o sofá é aberto, o aparador tem apenas 35 cm de profundidade. E não há mesa de centro, claro!

Para criar algum espaço de armazenamento na sala de 5,80×2,50m, Patrícia desenhou uma estante-armário, com 40 cm de profundidade, na qual a mesa de jantar se encaixa. Uma porta esconde os produtos e limpeza (não existe área de serviço no apartamento) e a outra guarda pratos, copos e mais louças. Já as prateleiras abertas organizam livros e itens de escritório.   

Só foi possível ter quatro cadeiras por duas razões. A primeira é que a mesa é mais estreita que o padrão, com 70 cm de largura. “Na verdade, essa peça é um aparador: nós pedimos à loja para fazer um tampo de vidro um pouquinho mais largo para que servisse como mesa”, conta Patrícia. Observe a planta e você vai perceber qual é o segundo motivo: não existe parede entre a cozinha e a sala. Dessa forma, as cadeiras invadem a cozinha quando são puxadas para alguém se sentar ou se levantar.

Ufa! Se você chegou ao fim deste longo post, talvez esteja cansado de ler, mas aposto que sua cabeça está fervilhando de ideias para deixar sua sala mais confortável e, por que não?, mais espaçosa!

Dúvidas? Sugestões? Comentários? Escreva pra mim!

Beijo e até nosso próximo encontro.

 

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