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Chalé em Campos do Jordão inspirado na arquitetura europeia

vista externa do chalé em campos do jordao inspirado da arquitetura europeiaSim, fica bem pertinho! Na porção paulista da Serra da Mantiqueira, esta casa charmosa que tanto lembra os chalés suíços. Erguida originalmente pelo sistema pré-fabricado, com paredes de madeira escura, a construção tinha sido abandonada pelos proprietários anteriores. Mas quando viu que o telhado começava a ruir, a arquiteta Ieda Korman inventou para si uma missão: recuperar o velho endereço vizinho ao seu e transformá-lo em um refúgio de serra para as filhas adultas. E lá se foram dois anos de muita obra e dificuldades, mas nada que tenha abalado a sua decisão.

“Meu marido ficou tão cansado dos problemas e dos gastos que avisou que nunca poria os pés ali, mas eu queria ir até o fim. Aquilo acabou se tornando um passatempo para mim.” Diz Ieda, que comanda com o marido e uma das filhas o escritório Korman Arquitetos em São Paulo.

As novas telhas, planas e de asfalto, reforçaram o aspecto europeu do telhado inclinado, assim como os três telhadinhos que saltam de cada uma das faces da cobertura principal. De um lado, eles aparecem em sequência acima de três janelinhas basculantes que iluminam e ventilam a cozinha, do outro, cobrem as janelas dos quartos.

Dicas de decoração para colocar em prática no chalé

Externamente, parte das paredes se manteve na madeira, enquanto outros trechos mais deteriorados receberam drywall e pintura. Já por dentro…

“Cobri o teto e as paredes da sala de drywall para clarear o ambiente e pintei a face inferior do telhado de branco. Nos quartos e em alguns outros pontos, revesti as paredes de tecido, combinando listras, cores lisas e estampas figurativas tipicamente francesas”.

O papel de parede seria outra opção para conquistar um visual semelhante, mas a arquiteta teve receio de que ele não resistisse às movimentações sofridas pela madeira conforme o clima fica mais úmido ou mais seco.

O piso, no pavimento íntimo, recebeu revestimento vinílico até na área seca dos banheiros. E, graças às vantagens do piso vinílico, sobraram motivos para a escolha: o material não faz barulho, tem textura mais quente e é fácil de limpar – perfeito para um lugar onde as botas estão sempre sujas de barro ou poeira.

Os modelos clássicos, que remetem aos cottages europeus, imperam aqui. Alguns deles a moradora adquiriu em antiquariatos, como os lustres de cristal e o par de cadeiras medalhão do estar. Mas como neste ambiente ela queria misturar o rústico e o contemporâneo, as cadeiras foram lixadas, eliminando-se quase por completo o dourado das partes de madeira, e ganharam assento e encosto de couro branco envernizado. Uma ousadia que combinou bem com a mesa de jantar e as cadeiras transparente tão atuais.

Já os quartos não têm espaço para inovações.

“Eu queria que eles fossem muito aconchegantes, com uma atmosfera romântica. Por isso preferi não mesclar estilos e escolhi móveis como as mesas de cabeceira espelhadas”

No dormitório do sótão, decorado para logo servir aos netos, ela colocou uma mini poltrona bergère dos tempos de infância de suas filhas.

“Os bichos de pelúcia também foram delas!”

Casas feitas para os momentos de descanso da família pedem decoração afetiva. E sabe com o que esse tipo de décor combina? Com peças que a gente carrega pra vida, mas de boa qualidade e que tenham história. Assim como alerta a profissional.

Aqui não foi diferente. Há muitos anos Ieda guardava uma tapeçaria antiga sem saber ao certo como usá-la, já que estava bastante estragada. Pois a mulher do caseiro passou mais de um ano restaurando o exemplar! E hoje ele sobressai no vão da escada. Também no ponto mais alto da sala, galhadas de veado se tornaram enfeites de parede.

Presenteado por uma amiga vinda da Polônia, um autêntico samovar – utensílio tradicional russo para o preparo do chá. Virou importante elemento decorativo sobre o aparador branco na lateral do sofá.

Como o terreno é inclinado e construções pré-fabricadas exigem uma base plana, sob a casa havia uma espécie de porão aberto e sem uso, construído em alvenaria.

Esse espaço foi inteiramente aproveitado. Ganhou esquadrias, piso cerâmico e revestimento de pedra. E ainda acolheu uma academia de ginástica, sauna, ducha, ambiente de relaxamento e lareira. A única do chalé, já que os andares de cima são de madeira. Pensando nos dias frios e chuvosos, a arquiteta ampliou o núcleo de lazer para acrescentar um spa para 9 pessoas.

“Leva quatro horas para encher de água quente, mas depois ninguém quer sair dali! Esta chalé é um sonho, parece uma casinha de boneca.”

Por fim, e aí? Você está entre os que se encheram de inspiração para decorar o próprio chalé? Ou está entre os que vão começar a sonhar com um a partir de agora?

Última atualização: 03 de março de 2022.

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