Em 2015, uma das muitas notícias impressionantes vindas da China foi a demolição e construção da ponte Sanyuan, em Pequim, em apenas 43 horas.
Três anos depois do feito em Pequim, é a conclusão em apenas 100 dias do Centro de Convenções Venue B que provoca bem-vinda surpresa. O prédio de 8.885 m², em Xangai, foi planejado para receber a Conferência de Inteligência Artificial. Nada mais apropriado, portanto, do que valer-se de tecnologias digitais inovadoras para materializar o palco do evento.
Assim pensaram – e fizeram – os autores do projeto, o Archi-Union Architects, fundado por Philip Yuan em 2003. Afinal, o escritório é conhecido por adotar a robótica para melhorar a arquitetura em termos de velocidade de construção.
“Por meio de formas simples, construção pragmática, engenhosidade ciborgue (cooperação homem-máquina) e um sistema estrutural totalmente pré-fabricado, somos capazes de realizar rapidamente uma arquitetura verde, industrializada e inteligente e apresentar uma solução sistemática para a construção digital”, declararam eles. “A inteligência artificial vem renovando rapidamente nossas percepções sobre o mundo.”
O complexo, erguido no West Bund de Xangai, resulta de tecnologia e dos mais leves materiais disponíveis. Exemplos são o alumínio, o plástico e a fibra de carbono, combinados e calculados por meio de eficientes algoritmos.
O centro de convenções conta com três grandes halls desalinhados entre si e unidos por dois pátios triangulares. Cabe aos pátios levar luz natural e ventilação aos blocos principais. Em ambos os triângulos, os telhados são uma estrutura levemente curva de madeira e metal, coberta por placas de policarbonato transparente. “O maior tem um vão de 40 m e sua espessura estrutural é de apenas 50 cm”, dizem os arquitetos. É a cobertura de madeira e aço mais econômica do mundo.
Justamente no maior dos pátios, o jardim compartilha o espaço com uma das principais atrações do projeto. É um pavilhão de café formado por cinco arcos translúcidos, o maior do mundo já impresso em 3D. “As tecnologias de design e fabricação digital ajudaram a concluir em 25 dias o pavilhão, as 40 cadeiras e as 12 mesas impressas”, conta a equipe. Para fabricar esses itens, foi empregado plástico reciclado e modificado, muito leve e resistente.
À frente do centro de convenções, uma espécie de marquise preta e branca quebra as formas rígidas do edifício principal. De responsabilidade do Instituto de Design Computacional da Universidade de Stuttgart (ICD) e do Instituto de Estruturas de Construção e Projeto Estrutural (ITKE), o pavilhão Elytra Filament inspira-se nas estruturas fibrosas que compõe a carapaça de alguns besouros. Quarenta móduloss hexagonais desenham a marquise. Cada uma é feita de fibra de vidro transparente, base que recebe as fibras de carbono pretas, muito mais rígidas e resistentes.
Toda a tecnologia empregada não significou, entretanto, custos estratosféricos. Aliás, a estrutura inteira utilizou quantidade mínima de material, tornando o prédio mais sustentável e econômico, segundo os arquitetos.
Da arquitetura para a decoração
Apesar de enorme, o Centro de Convenções Venue B apresenta detalhes de incrível leveza visual. Sobressaem os arcos que formam o pavilhão do café, a cobertura de madeira dos pátios e a marquise de fibras de vidro e de carbono do lado de fora. São esses elementos que inspiram esta seleção.
- Escrivaninha Charme, da MMM: além de ser toda delicada, ela tem um jeitinho antigo.
- Banqueta Midi, cinza, da Oppa: misto de poltrona compacta e banco, ela é feita de aço carbono
- Balanço Tão Perto, Tão Longe, da MMM: nada como flutuar para sentir-se leve!
- Mesa de centro redonda Dotta, da Oppa: os pés de eucalipto apoiam elegantemente o tampo de MDF
- Cabideiro de parede Araucária, da MMM: este é esguio, ideal para marcar discreta presença.
- Aparador Triniti, da Oppa: a delgada base metálica articula as duas partes do móvel