Minha casa, Minha cara

Construções siamesas

Um predinho em um pequeno lote urbano abriga as casas e os negócios de dois irmãos na Tailândia

Fachada de edifício de uso misto na Tailândia. Projeto de Ekar Architects

Um deles é farmacêutico. O outro, veterinário. Cada um tem a própria família. Também se pode dizer que cada um é dono de uma casa na cidade de Surat Thani, ainda que elas sejam como gêmeos xifópagos ou siameses, aqueles que nascem grudados por uma parte do corpo.

Abro parêntese para contar uma história curiosa: o primeiro caso conhecido de siameses ocorreu coincidentemente na Tailândia, em 1811, quando nasceram os garotos Chang e Eng, unidos pelo esterno. Os gêmeos permaneceram ligados até o fim da vida, o que não os impediu de casar com duas irmãs e ter, no total, mais de 20 filhos.

Fechado esse parêntese, falo sobre o projeto conduzido pelo Ekar Architects, de Bangkok. O farmacêutico e o veterinário queriam, sim, reunir em um mesmo predinho seus espaços domésticos e de trabalho – mas enfatizaram para os arquitetos que não admitiam abrir mão da privacidade. “As áreas residenciais separadas para as duas famílias precisavam dar a sensação de casa isolada para esses edifícios de uso misto”, disseram os autores da ideia.

Por isso o terreno de 480 m² – 16 m de largura por 30 m de comprimento – recebeu uma construção dividida em quatro partes, desenhando uma cruz. Um paredão que se estende da rua aos fundos corta a área em duas metades desiguais, uma para cada irmão.

A parte frontal de cada metade foi destinada, no térreo, às empresas de ambos, enquanto a porção de trás destina-se às suas moradias. Entre os blocos da frente e dos fundos, existem pátios ajardinados delimitados por vidro, os quais multiplicam a quantidade de luz e ventilação naturais nos interiores – uma ligação relaxante entre os dois núcleos residenciais, como explicam os arquitetos.

Um lado do predinho coordena em três andares casa, clínica veterinária e pet shop. O outro lado, com quatro pavimentos, é integrado por uma reduzida casa, farmácia, cafeteria, albergue e sala de reuniões. Tudo isso sob um telhado inclinado e conectado por um estreito vão central perceptível desde a calçada.

Blocos vazados de concreto formam a fachada. Em alguns trechos, eles foram preenchidos com vidro, o que não interfere na importante captação da luz natural durante o dia, já que são poucas as janelas para fora. Essa solução também resolveu outros dois grandes problemas: conter a poeira e o barulho vindos da rua extremamente movimentada.

Da arquitetura para a decoração

A história dos irmãos que resolveram instalar-se em um mesmo terreno me fez pensar que há móveis projetados para ser compartilhados.

Beliches são, talvez, o exemplo mais típico dessa ideia. E, claro, sempre foram solução importante para quartos ocupados por dois irmãos.

O Beliche Casal e Solteiro Hostel vai além da função original, pois soma a cama suspensa para uma criança à cama dos pais. Não é para qualquer situação, mas resolve a falta de espaço em imóveis minúsculos de veraneio, por exemplo.


Para os que têm salas espaçosas, o Sofá Retrátil Bem-Estar é boa sugestão. Seus dois assentos extensíveis permitem que um casal se estique confortavelmente – e juntinho – para ver TV.

Compartilhar as refeições com pessoas queridas é um dos grandes prazeres da vida, na minha opinião. Hábito que a Mesa Redonda com Tampo Giratório Fortaleza só facilita: o centro mais elevado e móvel aproxima a comida dos convidados.



Fecho a seleção de hoje com um curinga: Sofá-Cama Flora. Esse tipo de móvel vai bem na sala, no quarto e no escritório, acomodando os moradores da casa ou hóspedes.

Espero que você tenha curtido as ideias!

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